O MAL DE PORTUGAL CHAMA-SE SOCIALISMO

A doença de que padecemos tem um nome: EXCESSO DE ESTADO, ou numa palavra: SOCIALISMO

quarta-feira, abril 26

A Geração do 25 de Abril

No Diário Económico e escrito por José Manuel Moreira, um artigo sobre o 25 de Abril, imprescindível.

" A dívida pública já vai em 64% do PIB. E a despesa não pára. O pagode aperta o cinto mas o Estado não consegue.

A minha geração é incrível. É a geração que entrou com 25 anos no 25 de Abril. É a geração do pós-guerra e, por isso, muito dada ao (tendencialmente) gratuito. Uma geração que, depois da anterior ser de esquerda, quis ser ainda mais à esquerda: MRPP, LCI., MES (a minha) e Grito do Povo. Foi, de facto, uma geração de gritos.

No meu tempo as pessoas que se prezassem eram contra a exploração dos países pobres pelos países ricos. Estranhamente, agora que os pobres, como a China, estão finalmente a explorar os ricos, também são contra…

Uma geração que demorou a compreender que a palavra exploração tem dois sentidos. O dos marxistas, que diz que uns “exploram” os outros (roubando parte do seu trabalho) e outro, no sentido de fazer render os nossos talentos, a nossa capacidade de criar riqueza e servir os outros.

Ora a minha geração tomou a peito o primeiro e, por isso, não se cansou de explicar que o capitalismo – o mercado – é uma fraude que conduz ao roubo, ao engano. Talvez por isso, os mesmos que criaram sistemas sociais impostos, que estão na iminência de falir, não se sintam preocupados, e muito menos culpados. O povo está destinado a ser enganado e desta vez, embora o resultado seja o mesmo – uns a viverem à custa de outros –, houve boas intenções. Mas, por mais incrível que possa parecer, a minha geração continua a considerar-se utópica e altruísta.

É uma geração de “progressistas” que se distingue dos “conservadores” por estes acharem que os avós eram tão inteligentes e bons como eles, enquanto os verdadeiros progressistas, se consideram muito melhores do que os seus antecessores. Daí que se tenham sentido habilitados a mudar o mundo e a cortar com os hábitos de uma geração que – num tempo com pouca segurança social – poupou de mais e gastou de menos. Depois de Marx a minha geração acedeu a Keynes e cedo assimilou que poupar é um vício e gastar uma virtude.

Acresce que a minha geração também assistiu às desavenças familiares pelo facto de os irmãos não se entenderem quanto à repartição do herdado. Foi assim que talvez por amor aos filhos se tenham sentido na obrigação de, em vez de bens, deixarem dívidas, de modo a garantir que os vindouros fiquem unidos para as pagar. E bem vai ser preciso. A dívida pública já vai em 64% do PIB. E a despesa não pára. O pagode aperta o cinto mas o Estado não consegue. Não há cinto que resista à gordura do Monstro. É por isso que, apesar do controle dos gastos e dos bons ofícios do fisco, a despesa pública continua à rédea solta: 47, 9% do PIB em 2005 contra 45,7% em 2003 e 46,3%, em 2004.

Será que 32 anos depois do sonho de Abril vamos ser obrigados a cair na realidade do pesadelo? Isto apesar dos avisos sobre as implicações do sobrepeso do Estado, como, mais uma vez, fez Miguel Cadilhe na Universidade de Aveiro na sessão de abertura da recente Conferência Internacional organizada pelo Centro de Estudos em Governação e Políticas Públicas. A realidade é uma chatice: as contas públicas, a dívida pública, Bruxelas e agora também os relatórios: Banco de Portugal, FMI e OCDE.

Um dirigente desportivo de um clube de Lisboa acusou um dia um seu adversário de “amandar” empresas para a falência. A minha geração pretendeu ir mais longe, “amandar” a sociedade inteira para um grande embuste: “O caminho para a sociedade socialista”. A coisa, entretanto, faliu, mas o caminho (e o folclore) ainda consta no Preâmbulo da nossa “lei fundamental”, impondo assim às futuras gerações “A constituição do nosso atraso”, como escreveu ontem André Azevedo Alves, no Dia D do “Público”. Um jovem que é também autor do livro “Ordem, Liberdade e Estado”. Uma obra que espero seja mais um sinal de que a nova geração, que tem a mesma idade que a nossa tinha quando seu deu o 25 de Abril, está disposta a colocar, finalmente, o Estado depois da Liberdade. Seria incrível que a “geração rasca” fosse capaz de mostrar à geração que mais contribuiu para a criar que é capaz de se “desenrascar” e de pôr o País a navegar de novo com sucesso, levando a bom porto o barco da Liberdade. A Liberdade dos que crêem, com Herculano, contra os centralistas, que o progresso não virá senão do livre movimento dos indivíduos na esfera da sua actividade legítima."

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