O MAL DE PORTUGAL CHAMA-SE SOCIALISMO

A doença de que padecemos tem um nome: EXCESSO DE ESTADO, ou numa palavra: SOCIALISMO

segunda-feira, maio 5

Alberto Gonçalves no Diario de Noticias de Domingo dia 4 de maio

A proverbial sabedoria popular? Não conheço eufemismo maior, embora "proverbial" seja o termo. De "Abril, águas mil" (Abril é dos meses menos chuvosos) a "Dinheiro não traz felicidade" (é sabido que o êxtase só se atinge em situações de miséria absoluta), os adágios que pretendem ilustrar a sensatez do povo são um compêndio de inanidades apenas comparável aosworkshops do Bloco de Esquerda.
Vem isto talvez a propósito do seguinte: pelos vistos, de tanto se repetir por aí que o Governo é liberal ("neo", "ultra" e assim), houve mesmo quem acreditasse. Só isso explica o espanto de alguns face ao anunciado pequeno aumento de impostos, o qual de facto será muito maior e não surpreende os que perceberam desde o início do mandato e dos tempos que, independentemente dos rostos, dos epítetos, dos prefixos e dos discursos, os senhores no poder defendem o Estado contra os cidadãos.
Por outras palavras, o Governo é socialista e no fundo nunca lhe passou pela cabeça ser coisa diferente. Nem podia passar. Sempre que se impõe a escolha entre prejudicar os que beneficiam do fisco - incluindo partidos, administração pública, fundações, observatórios, gabinetes de "apoio" e clientelas em geral - e prejudicar os que sustentam o fisco, não existem dúvidas. A única dúvida consistia em discernir se o dr. Passos Coelho nos levaria ao desastre com idêntico empenho ao protagonizado pelo antecessor e ao ameaçado pelo candidato a sucessor, que pelo menos têm a vantagem de assumir o socialismo. Hoje, a dúvida já não existe. Mas o interessante é o povo insistir que os políticos são todos iguais e depois admirar-se perante a fulminante veracidade do próprio cliché. Não admira.