O MAL DE PORTUGAL CHAMA-SE SOCIALISMO

A doença de que padecemos tem um nome: EXCESSO DE ESTADO, ou numa palavra: SOCIALISMO

segunda-feira, janeiro 23

Confissão

De todas as vezes que votei para a Presidencia da República, foi a primeira vez que acertei no candidato vencedor.

...dasss!

quinta-feira, janeiro 12

Os donos da esquerda

No Diario Económico mais um excelente e lúcido artigo de Rui Ramos sobre a esquerda.


Os candidatos de esquerda nestas eleições presidenciais já ganharam o que lhes interessava ganhar.

Verdadeiramente, os candidatos de esquerda nestas eleições presidenciais já ganharam o que lhes interessava ganhar. Porque a sua guerra foi sempre menos contra o prof. Cavaco, do que contra aquela outra esquerda a que o eng. Sócrates chama a “esquerda moderna”. Basta ouvir o dr. Soares a elogiar o eng. Sócrates apenas na medida em que possa ser o “anti-Guterres”, ou Jerónimo de Sousa a alarmar-se, não com a vitória do prof. Cavaco em si, mas com o reforço que essa vitória poderia dar à ... “arrogância” do eng. Sócrates – para perceber onde está o inimigo principal dos actuais candidatos anti-cavaquistas: são aqueles que, à esquerda, aceitaram as “reformas”, a ideia de uma economia assente na iniciativa privada dos cidadãos num mercado global, ou a natureza limitada do poder numa democracia pluralista.

A candidatura do prof. Cavaco, aliás, sempre beneficiou e continua a beneficiar dessa guerra. Não foi há muito tempo que o dr. Soares nos garantia que o prof. Cavaco, convidado para o jantar do seu aniversário em Dezembro de 2004, não era “um homem de direita”. Tratava-se então de barrar o caminho do eng. Guterres, e o prof. Cavaco parecia um bom muro. Para as esquerdas representadas pelos actuais candidatos presidenciais, a “esquerda moderna” é uma parte da direita, mas mais odiosa, por usar o nome de “esquerda”. Por isso, em Outubro de 2004, Manuel Alegre tomava o prof. Cavaco como referência para acusar o dr. Jaime Gama, quando este apresentou a moção política do eng. Sócrates, de ter feito “um discurso mais de direita do que Cavaco Silva”. Por esse lado, que era o que mais lhes importava, estas esquerdas já venceram: o eng. Guterres não apareceu, e agora podem falar deste PS, dirigido pela “esquerda moderna”, como um partido “dividido e confuso”.

Afastada a outra esquerda, ficou-lhes a tarefa de enfrentar o prof. Cavaco. Não têm sido convincentes. Ao princípio, fingiram-se assustados com o presidencialismo, eles, os mesmos que em 2004 exigiram todo o género de excessos presidencialistas ao dr. Sampaio. Crentes piedosos na vida para além do défice, criticaram o prof. Cavaco ... por falta de rigor orçamental no seu tempo de primeiro-ministro. Como nada disto pegou, vieram ao de cima os velhos tiques sectários. Mais uma vez, pudemos constatar que, para estas esquerdas, aqueles que não pensam como eles são necessariamente seres inferiores e perversos: não têm “cultura”, andam “ao serviço” dos “grandes interesses”, ou, como disse o dr. Soares, “acreditam na selecção natural entre ricos e pobres”. O dr. Louçã até definiu o prof. Cavaco como o “candidato que não sabe nada da vida”, como se a vida fosse domínio privativo do dr. Louçã. Mal o prof. Cavaco, em Grândola, fez uma pequena experiência de cançonetismo abrilista, logo protestaram por não lhes ter pedido licença. O regime e os seus símbolos pertencem-lhes em exclusivo. Quando não mandam, a democracia está “ameaçada”. Quando perdem, é porque houve conspiração. Já vimos assim o dr. Soares acusar os jornalistas, e até pôr em dúvida a legitimidade de umas eleições ganhas pelo prof. Cavaco. A democracia permanece, para eles, uma coisa frágil, a precisar do seu paternalismo e tutela.

Com tais candidatos, o prof. Cavaco podia sempre apostar na abstenção à esquerda, porque existe uma esquerda que não se revê neste alarido de intolerância. Dizia o eng. Sócrates, no fim do ano passado: “a democracia portuguesa é muito mais madura do que alguns estouvados com uma visão apenas oportunística da política pretendem”. É isso que também é preciso tirar a limpo no dia 22.