O MAL DE PORTUGAL CHAMA-SE SOCIALISMO

A doença de que padecemos tem um nome: EXCESSO DE ESTADO, ou numa palavra: SOCIALISMO

sábado, fevereiro 6

Desabafo

As pessoas religiosas tendem a acreditar que os ateus tem uma religião que se chama ateismo. Simplesmente não conseguem compreender que a oposição a um dogma não seja outro dogma. E no entanto as religiões, todas elas, desde o catolicismo até ao culto do cargo, tem sido desmascaradas ao longo dos séculos, por serem fabricações do espírito que apresentam inúmeras contradições insanáveis: Históricas, porque o catolicismo, como aliás todas as outras religiões, não corresponde a factos históricos, verificavéis, são fabulações sobre fabulações. Filosóficas, porque desde pelo menos Espinosa (para não falar de Lucrécio), se sabe que a necessidade de um deus, ou deuses, que explique a criação do mundo, não é de todo necessária para explicar o mundo. Científicas, porque desde Darwin e Wallace que sabemos que todas os seres vivos evoluiram apartir de uma única célula há 500 milhões de anos atrás ("...endless forms, most beautiful"), porque Lawrence Kraus, entre muitos outros, demonstrou (" A Universe from Nothing") que o nosso Universo pode ter sido criado a partir do nada, e que big bangs há e houve muitos, e outros tantos milhões de universos são possíveis.

Com o desporto acontece o mesmo: pessoas razoáveis torcem pelo "seu" atleta, pelo "seu" clube, pelo "seu" país, de uma forma demente. Dogmas.

Com a política acontece também o mesmo: inventa-se uma dicotomia esquerda direita em que à esquerda está o Bem e à direita o Mal. Actualmente é a opção pela "austeridade", que dizem ser de direita, - não se gastar mais do que se recebe, - que se apresenta como sendo mesmo uma opção, isto é, pode haver alternativa, pode-se optar por pedir mais, outra vez, numa repetição sem fim, porque "os Estados não vão à falência".

E no entanto a história demonstra-nos à saciedade o contrário (K. Rogoff "This Time is Different"). Os Estados vão de facto à falência. As populações de alguns Estados empobrecem enquanto outras com mais juizo enriquecem. E os credores tomam conta dos activos (vide Grécia hoje, 2016, Portugal no séc. XIX).

Jonathan Haidt ("why good people are divided by politics and religion") acredita que existe uma matriz da moral: algumas pessoas atribuem mais importância que outras  a certos assuntos ou ao seu oposto - Providência, Liberdade, Equidade, Lealdade, Autoridade, Santidade. Seja. Estou disposto a aceitar isso. Mas isso alguma vez pode explicar que se tomem opções estúpidas? Não opções possíveis mas simplesmente estúpidas?

Não pode. E todos os homens livres, que são poucos, muito poucos, tem a obrigação de continuar a lutar para desmascarar as forças do obscurantismo, porque o mundo em que vivemos está muito muito longe de estar mais esclarecido que há simplesmente 50 anos atrás.