O MAL DE PORTUGAL CHAMA-SE SOCIALISMO

A doença de que padecemos tem um nome: EXCESSO DE ESTADO, ou numa palavra: SOCIALISMO

quinta-feira, janeiro 24

Mais festa - desta vez pelos "neo-liberais"

Faz-se a festa, lançam-se os foguetes, mas continua-se a empurrar com a barriga, a empenhar as gerações futuras, e a assobiar para o lado, porque nas vacas sagradas ninguém toca...

Vale a pena ler isto,

Posted: 23 Jan 2013 05:56 PM PST
Vai por aí uma grande excitação porque "voltámos aos mercados" com uma emissão de dívida pública a 5 anos, no montante de 2,5 mil milhões de euros, à taxa de juro implícita de 4,891%.
Posted: 23 Jan 2013 05:56 PM PST
Vai por aí uma grande excitação porque "voltámos aos mercados" com uma emissão de dívida pública a 5 anos, no montante de 2,5 mil milhões de euros, à taxa de juro implícita de 4,891%.

"Demos um passo extraordinariamente positivo", afirma Eduardo Catroga. Ricardo Salgado, esse, ribomba com a "vitória sobre as agências de rating"! Para os lados do CDS, Ribeiro e Castro, num assomo pouco usual no seu partido, classifica de "movimento de mestre" a decisão de Vítor Gaspar de "antecipar a ida aos mercados"; já João Almeida prossegue o registo de cuidado extremo com que a direcção de Portas tem conduzido o CDS, preferindo sublinhar que o "[regresso aos mercados] tem que ter consequências" na "economia real" (crédito bancário disponível, crescimento e emprego).

Sendo inegável que o sucedido permite alimentar a ideia de que se tenha verificado uma inversão sustentada de expectativas (que os mercados secundários da dívida pública já vinham antecipando nos últimos meses), não vejo razões para grandes celebrações. A despesa pública estatal reduziu-se estruturalmente nos últimos 18 meses? Não! Pouco mais houve, à excepção notável do sector dos transportes públicos, que cortes temporários na mesma (alguns dos quais aliás já revertidos, vide 13º e 14º meses na FP e pensionistas). O défice orçamental desapareceu? Não, apenas diminuiu a sua magnitude (e não esqueçamos as receitas extraordinárias). E o que aconteceu com os impostos? Aumentaram desmesuradamente!

Daí que, sem mais, o "regresso aos mercados" pode até vir a transformar-se num mero paliativo, induzindo melhoras aparentes num corpo que continua extremamente doente (a propósito, veja-se como António José Seguro já se relembrou da linha de mercadorias entre Sines e Madrid para "estimular" a economia e o emprego). Não haja ilusões: o reequilíbrio das contas externas, se bem que em parte ajudado pelo bom comportamento das exportações (tal como em Espanha, por exemplo), só foi possível pela fortíssima redução induzida na procura interna (aumento de impostos, redução de salários, despedimentos, etc.) e, por essa via, na redução brutal das importações. Não é único, o caso luso. Pouco, muito pouco, foi feito por cada um dos países da zona euro, como o insuspeito Roubini assinala.

Por outro lado, é bem provável que o Tribunal Constitucional volte a pronunciar-se pela inconstitucionalidade quanto a medidas de redução da despesa pública constantes no OE/2013. Se tal ocorrer, qual é a alternativa para este ano? E para o ano? E para os seguintes? Continuar a redefinir o conceito de "rico" até ao desaparecimento por completo da classe média?

Ou será que a alternativa, à parte a ocorrência de um improvável milagre, é a adopção da política (?!) do despacho? Nos finais de Agosto de 2011, quando foi publicada a 1ª versão do designado Documento de Estratégia Orçamental, classifiquei de "cobarde" este Governo (António Barreto, retomava o adjectivo no fim-de-semana passado) ao não vislumbrar no documento o reflexo da existência de qualquer estratégia de longo prazo. Se outras razões não houvesse, teria bastado toda a longa e triste novela do relatório do FMI para o "repensar do Estado", do palácio Foz (que falta de tino!) e da regra de Chatham House, etc., para justificar o epíteto.

Estais optimistas? Muito boa sorte!

quinta-feira, janeiro 17

Somos TODOS socialistas

Mas este só descobriu isso agora?

Aqui vai o texto:


Uma semana após ter sido lançado abruptamente para a opinião pública, o relatório de um grupo técnico do FMI teve (pelo menos) um mérito: o de evidenciar que não há um único partido em Portugal genuinamente interessado em discutir o que lá vem escrito.
A começar nos partidos que supostamente apoiam o Governo, e a acabar na oposição. O trabalho dos técnicos do FMI, sendo um trabalho de boa qualidade, e que diagnostica com acerto várias manifestações do célebre Monstro, não passará na opinião pública - o que, atendendo à nossa situação de protectorado, não quer dizer que não passe na acção governativa, com este ou outro Governo.
Mas, então, pergunta-se: é aquele trabalho de natureza técnica ou de natureza política? Na minha opinião, trata-se de um documento técnico, pois toda a sua construção parte de uma lógica de "benchmarking", comparando as dimensões do Estado português com as dos seus congéneres europeus, e ajustando - como deve ser feito - essas comparações pelos respectivos níveis médios de riqueza em Portugal face aos do resto da Europa.
A análise é assim objectiva e quantificada, sendo que os alegados lapsos, nomeadamente a utilização de alguns dados referentes a 2009 e 2010 nos capítulos da educação e da saúde, se justificam precisamente pela necessidade de comparabilidade internacional. Ou seja, nada que não se possa corrigir rapidamente, reajustando o eventual impacto orçamental das propostas nas áreas onde efectivamente já se fez alguma coisa - o caso da saúde. Pelo contrário, o documento não me parece político, porque se o fosse não teria apresentado propostas de reforma manifestamente inconstitucionais, em relação às quais o FMI, depois do percalço do ano passado, passou a estar mais atento. Isto dito, é evidente que o conjunto global de soluções técnicas apresentadas pelo FMI reforça a opinião daqueles que julgam a actual Constituição como impeditiva da recuperação do País, e portanto merecedora de uma revisão constitucional.
O debate que se tem ouvido nos últimos dias é mais discussão e gritaria do que outra coisa qualquer. É um debate irracional, feito de adjectivação, que impossibilita a racionalidade e a neutralidade de espírito características de um verdadeiro debate. Entre tanto ruído, perdeu-se a objectividade. Por exemplo, é ou não verdade que o número de alunos por professor no ensino básico e secundário - um conceito que é diferente do de número de alunos por turma - é mais baixo em Portugal do que no resto da Europa? É ou não verdade que o consumo "per capita" de medicamentos ajustado pelo custo de vida em Portugal chega a ser superior ao consumo existente nos mais avançados países nórdicos?
É ou não verdade que a ADSE custa umas generosas centenas de milhões de euros por ano a todos os contribuintes nacionais quando apenas alguns desses contribuintes dela beneficiam? É ou não verdade que as contribuições e quotizações dos contribuintes activos da Caixa Geral de Aposentações representam uma percentagem muito inferior das prestações pagas aos seus pensionistas quando comparadas com o regime geral da Segurança Social? É ou não verdade? Sim, é tudo verdade, e boa parte disso está no relatório do FMI. São factos, e contra factos, costuma-se dizer, (em geral) não há argumentos. Restam os adjectivos.
Ricardo Arroja, Economista

quarta-feira, janeiro 16

Despesa Pública com Educação


Para calar de vez esta gente que apenas defende o seu tacho.

O Parasita Defende o seu Bife

por Jorge Fiel no JN


As famílias portuguesas habituaram-se rapidamente à ideia de que não podiam continuar a gastar mais do que ganhavam. Confrontadas com o desemprego, aumento dos impostos e do custo dos serviços (transportes, água, luz, saúde...), e a diminuição do poder de compra e apoios sociais, ajustaram-se, mudando o seu perfil do consumo.
Começaram por transferir o consumo para dentro de casa, para mal dos restaurantes e bem dos super e hipermercados, que viram as vendas de congelados crescer em flecha. Depois, em 2012, repararam que cozinhar em casa ficava mais barato do que meter uma lasanha no micro-ondas.
As empresas portuguesas habituaram-se rapidamente à ideia de que não podiam continuar a suportar custos superiores às receitas. Acabado de vez o tempo do crédito fácil e barato, com o consumo interno em queda livre, viraram-se para a exportação e, para evitarem o abismo da falência, ajustaram-se aumentando a produtividade, à custa da diminuição do poder de compra dos trabalhadores (chamados a produzir mais em troca de menos dinheiro) e de despedimentos.
O Estado é o único setor da sociedade portuguesa que continua a viver como dantes e a prova dos nove deste autismo criminoso é a cândida resposta dada pelo gabinete do secretário de Estado da Cultura (o sem vergonha Barreto Xavier) quando questionado sobre a nomeação de 27 funcionários publicada - só nove são novos, disseram.
O Estado português é o único setor da economia que quando está em dificuldades (a dívida pública é de 200 mil milhões de euros, 120% do PIB, o dobro do valor máximo a que nos com prometemos) continua a contratar, em vez de despedir.
É preciso ser muito idiota para acreditar que tudo pode continuar na mesma, que o Estado e os seus funcionários podem passar incólumes e a assobiar para o lado à custa do sangue dos impostos e sacrifícios das famílias e das empresas privadas. O nosso drama é quem não consegue sequer identificar o problema é absolutamente incapaz de arranjar"uma solução.
As contas estão feitas. O número mágico é quatro. Quatro como os evangelhos canónicos, os pontos cardeais, os ventos e as bestas do Apocalipse. Quatro mil milhões de euros é quanto o Estado tem de passar a gastar menos todos os anos.
Parece difícil mas não é. Quatro mil milhões são 5% do Orçamento do Estado. Centenas de milhares de famílias e empresas já fizeram ajustamentos bem superiores a 5% dos seus orçamentos e sobreviveram.
E, por favor, não tentem atirar--nos areia para os olhos. Poupem--nos à histeria mentirosa de que cortar 5% ao Orçamento implica desmantelar o Estado social. Isso é o paleio de parasitas e ladrões de impostos que prosperam com a mão metida nos nossos bolsos. Quando o parasitado (o Estado obeso) está em perigo, o parasita defende-o. Defende o seu bife.
O nosso drama é que a vocação de um político de carreira é fazer de cada solução um problema.

Estou farto deste jornalismo de merda

por José Mendonça da Cruz no Corta-Fitas


Estou farto da informação reaccionária e terrorista, que, em vez de estudar e explicar os assuntos, os submerge no que proclama serem as fatais e inevitáveis consequências. Farto de ver medidas graves e sérias como as que o FMI propõe para a redução da despesa serem descartadas, sofrerem como tratamento serem despejadas sobre elas as sentenças grosseiras e retrógradas do comunista de serviço. Estou farto da parcialidade e da preguiça.
Estou farto de directores e editores cheios de narrativas pré-fabricadas na cabeça, destituídos de capacidade ouvinte, despidos de curiosidade além do próprio e indigente pré-juízo, apostados em afogar os factos nas suas pobres certezas.
Estou farto da esperteza saloia dos rebanhos redactoriais, da sua presunção ilegítima de que o seu poder vale mais que o voto. Farto do engraçadismo que extravasou das croniquetas para malformar as notícias, farto das reprimendas em off por aquilo que os políticos «só não disseram», farto de remoques pessoais e ressentimentos pedantes.
Estou farto desta manipulação descarada, boçal e presumida que treslê relatórios, que omite os factos que contrariem o preconceito, que falsifica discursos feitos em português de lei sob o pretexto de que eram «herméticos». Estou farto desses medrosos, desses cadáveres, que pintam tudo de negro e suspiram pelo imobilismo.
Estou farto do catastrofismo com que pintam as notícias, farto dos que choram por causa da dívida pública, por causa do excesso de betão, por causa da ruína da paisagem, e, mal virada a esquina, choram que haja arrefecimento na construção civil. Farto de ver reportagens inteiramente direccionadas para a obtenção de queixas públicas, e de ver as mesmas reportagens concluir pelo desastre quando, nas entrevistas de rua, foram unanimente desmentidas. Estou farto de ver um aumento de 5 cêntimos nos táxis promovido a suplício do povo.
Estou farto de agentes políticos (que ninguém quiz na política) mascarados de jornalistas, a promoverem as suas especiais crenças e as dos amigos, a promoverem os aldrabões que lhes subscrevam os pontos de vista. Estou farto de jornais que espezinham as mínimas regras deontológicas, e logo vêm, inexplicavelmente ufanos, proclamar-se «de referência». Farto de incúria e desonestidade impunes.
Estou farto dos desgraçados que se sonham contrapoder enquanto vão baixando a sua audiência e as suas tiragens, e depois alucinam que a culpa é da crise e da austeridade.
Estou farto de ver como certos fora que são ilhas de inteligência, refúgios onde gente que estudou e pensou debate com serenidade e inteligência, de ver como dessesfora não transpira uma gota de bom senso, de trabalho, de seriedade para as notícias.
Estou farto dos manipuladores que entendem que o «contraditório» consiste em dedicar 5 segundos a uma fonte do governo e fazê-la seguir de 10 minutos de opinião do Bloco e do PCP ou do primeiro sociólogo que consigam colher na rua.
Estou farto de imbecis com carteira de jornalista a fazerem dos noticiários um rol de opiniões tontas, farto de ver noticiar, não as greves e seus motivos ou falta deles, mas as «emoções» de passageiros frustrados e os dichotes alarves da Inter.
Estou farto da ignorância e do populismo que presidem à hierarquização das notícias, farto do fogo ou do acidente que precedem um evento muito menos espectacular mas de consequências muito mais gravosas.
Estou farto desse jornalismo de pacotilha que alega que é modernidade o que não passa de falta de formação, critério e cultura. Farto de ver pôr no mesmo patamar os rabiscos pintalgados por alguma deputada pinceleira e as obras e o percurso de grandes escritores e artistas.
Não me farto de deslocar-me à cabina de voto. Mas fartei-me de me deslocar às bancas. Não me cansa ser jornalista. Mas cansa-me este jornalismo de merda.

quarta-feira, janeiro 2

Uma vez o orçamento

Parece que ninguem concorda com o Orçamento Geral do Estado para 2013. Nem a oposição, nem parte do governo, nem a Presidencia da Republica, nem a Igreja, nem o povo, e já que estamos nisto nem sequer eu que cidadão indefeso levo a maior pancada. O Tribunal Constitucional também não deverá concordar pelo que a perspectiva é de novo aumento de impostos, já que o Estado é sagrado e aí não se toca, até à falência total. Este país é inviável?